quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Faça do limão, uma limonada: (aprendendo a investir)

Aprendendo a fazer limonada

A gente tinha guardado R$ 250,00 para comprar fios, caneletas, estes apetrechos necessários para a instalação da energia, que a gente só descobre que existe quando temos que comprar.

Como minha sogra é uma exímia cozinheira e nós não tínhamos o dindim suficiente para comprar o poste mesmo, achamos no jornal Primeira Mão uma máquina de assar frango, falei na hora pra minha sogra “o que a senhora acha da idéia? a gente pode vender frango assado no bar do Tião!”.

O Tio Tião, ou Tiébas, para a família, é um cara bonachão, é tio da Thais, proprietário de um bar/mercadinho de secos e molhados no bairro, freqüentado por famílias, homens médios, bêbados, ébrios, alguns alcoólatras contumazes e, infelizmente, às vezes recebe as visitas inusitadas de alguns ladrões pé de chinelo também.

O Tio Tião adorou a idéia do frango e topou na hora.

A máquina era R$ 350,00, pechinchamos e conseguimos por trezentos. Fomos buscar a frangueira em um uno, imaginem a loucura.

Era sexta-feira umas 17hrs, a Thais e a mãe dela foram espremidas no banco da frente e a máquina com os pezinhos de fora atrás. Ainda na sexta á noite lavamos a máquina, no sábado compramos os frangotes e no domingo, assamos. Ufa!

Vendemos tudo, para a nossa surpresa e alegria.

Já faz um mês que estamos assando frango, aos sábados, domingos e feriados. Está sendo um sucesso, já atingimos mais de 60 frangos e já expandimos, vendemos agora também saborosos joelhos de porco.

Ainda não tivemos lucros significativos, mas acreditamos que daqui a pouco tempo a gente vai conseguir ter retorno do investimento, já que anda fazendo tanto sucesso no bairro.

Ah, e conseguimos fazer novos amigos, além dos clientes, os totós parecem madrugar na frente do mercadinho. rs

Poste de energia: a novela de “Monteiro Lobato”

Poste: 1º Capítulo

Ué, cadê o poste?

 
Depois das aventuras e desventuras da ligação da água, nosso próximo passo é ligar a energia elétrica. E nada é barato...o poste de luz mais em conta que encontramos, custa R$ 500,00, descobrimos que pode chegar  a mais de mil. Caramba! Diferente da SANASA que deixa parcelar o registro e a instalação, este poste é pago à vista mesmo.

Fomos atrás do “dito cujo” e o antigo dono que, passamos a chamá-lo de “Monteiro Lobato”, (sem ele saber, é claro...) um bom contador de histórias, disse que conhecia alguém que conhecia alguém, que trabalhava na prefeitura e como era época de eleição eles tinham muitos postes para doar... vai vendo.

Ele falou pra gente fazer logo o bendito buraco de 1,5m, porque em dois dias ele iria levar o poste com o guincho pra já colocar no lugar certo, segundo ele, o poste é muito pesado, não daria pra colocar depois.
                            
Agilizamos a escavação e esperamos...e esperamos...

Fomos no terreno e, cadê o poste? Ligamos pra ele, o Monteiro Lobato só dizia “semana que vem vai”, cada dia era uma desculpa, (as mais esfarrapadas possíveis) “o caminhão quebrou”, “já é quase a eleição”, “o dólar subiu”, “ é que o tempo...” (argumento mais usado), “ a taxa selic”, “ o Paulo Coelho”, “ o Paulo Preto”, “o Saci Perere” até a coitada da Dilma entrou na história. rsrsrsrsrsrs

Entre telefonemas, idas e vindas na casa dele várias vezes, de sábado, de semana, á noite, de manhã, e nada – ao todo fomos mais de 15 vezes atrás do bendito poste, (isso porque o nosso já estava separado) – percebemos que não havia poste nenhum.

Botando a mão na massa: a mureta e a água





 Eu e nossos primeiros tijolinhos



Tudo é muito mais complicado na prática. Alguém aí sabe quais sãos os primeiros passos para começar a construir uma casa? Pois bem, tem que pedir o ligamento da água e da luz. Todo o resto vai depender disso.

Para ligar a água tivemos que ir até a SANASA (empresa responsável pelo saneamento da cidade), devido á burocracia de qualquer órgão público, ajuntamos todos os documentos referentes ao terreno e partimos em busca da água.

Amigos que já passaram pela via crúsis  nos deram a valiosa dica de que se pedir essa ligação na SANASA que fica dentro de um centro comercial no bairro Ouro Verde, ganhamos uma caixinha de plástico para instalar o registro...foi o que fizemos.

Lá nós tivemos que comprar o relógio de registro de consumo e pagar a taxa de ligação, isso custou R$1.000,00, acreditem se quiserem. Parcelamos nas futuras contas de consumo.

Tivemos o prazo de 2 meses, desde que pedimos a ligação até a instalação, neste tempo tivemos que construir um muro, ou melhor, meio muro para instalar a caixinha e comprar todos os materiais para a instalação. Tivemos que correr.

O primeiro orçamento dos materiais ficou em R$ 75,00, isso sem o cimento e os tijolos, apenas cola, canos de 50mm, cotovelos, estas coisas que não sabíamos direito nem pra que serviam. Mas quem tem perna vai à Roma, ou pelo menos em outras lojas de materiais de construção, foi o que fizemos e, finalmente conseguimos um orçamento de R$ 25,00. Que diferença!!!

Nesta mesma loja descobrimos que era preciso outras peças que na primeira loja eles não falaram, no fim ficou em R$ 33,00. Menos mal. Como na casa da minha sogra já tinha alguns tijolos baianos que sobraram de outra construção, precisamos comprar apenas o cimento, as pedras, o ferro e a areia...ainda assim, bastante coisa. Ficamos duríssimos.

Aí foi colocar a mão na massa, literalmente. Com a ajuda de um amigo da minha sogra, que não cobrou nada pra nos ajudar a fazer o serviço, fizemos a massa de concreto. Antes fizemos uma vala onde colocamos as amarrações de ferro que sustentam a mureta.

O trabalho foi pesado, achei que ia perder os braços. A Thais ainda cavou um buraco ao lado da mureta de mais ou menos um metro e meio. Pense na dificuldade dela (rs), já que tem um metro e sessenta e um!

O muro, ou melhor a mureta ficou boa, mas sem as vigas do lado, que dão firmeza, pois o antigo dono do terreno disse que nos daria o poste para instalar a luz. O poste serviria de coluna para o muro.

Depois esperamos ansiosamente a ligação e agora só falta a torneira.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O trator

No dia 10 de Setembro conseguimos contratar o serviço de limpeza para retirada dos entulhos e do mato do terreno. 
Contamos com a compreensão e carinho do Sr. Américo, dono do trator, é ele quem costuma fazer este trabalho de limpeza e terraplenagem para  os moradores do Satélite Iris, muito gentilmente ele parcelou os custos do serviço.

Foram retirados 17 caminhões de entulho e terra
O trabalho ficou bem bacana


Nosso número da sorte Nº 415


Nosso Projeto

Eu e a Thaís
Aqui somos nós, 3 meses depois de comprar o terreno, sexta-feira dia 10 de setembro de 2010.
A compra do terreno para a gente foi uma grande vitória, principalmente para a minha sogra, que aguenta a gente na casa dela (rsrsrs), decidimos parar de pagar aluguel e ir morar com ela para reduzir os custos, só assim conseguimos concretizar esta primeira etapa do nosso sonho.


Usamos todas as nossas economias para a compra do nosso cantinho, que em breve será nosso lar, doce lar. Ainda teremos que acertar uma antiga dívida de IPTU, que já dividimos em parcelas e a pagaremos durante muitos e muitos anos, isso poderia nos impedir de construir nossa casinha  até terminar de acertar esta conta, mas tivemos a idéia de contar com a ajuda de todos vocês para construir esta casa, por meio de dicas, doações de sobras de materiais de construção e tudo que acharem que poderá nos ajudar.

A Thais e eu somos estudantes de Jornalismo na PUC em Campinas, bolsistas do PROUNI, ela adora Jornalismo Literário, vai se formar este semestre e está fazendo o projeto de conclusão do curso, um vídeo documentário.
E eu me formo no próximo ano e trabalho com o que mais amo fazer, a FOTOGRAFIA.
Estamos juntos há 6 anos, moramos em um cômodo gentilmente cedido pela minha sogra, a D. Terezinha, mulher de fibra, gente bonissima. É como uma mãe pra mim também.

Atualmente estamos morando no  Satélite Iris, Região do Campo Grande, periferia de Campinas.
Neste blog colocaremos as fotos de cada etapa, materiais ganhados, fotos dos mutirões, compartilharemos o cansaço, as alegrias e os desafios da obra.

Obrigado a todos(as) colaboradore(as), voluntários(as) e companheiros(as).


Thais Pimenta e Luiz Roberto Lima